1 de setembro de 2007

vento

Um ano depois fomos ter contigo à praia do costume e era como se nunca tivéssemos deixado de lá ir, nenhum ano em branco, nenhum verão de aperto, nós ali a almoçar e a brincar no quintal

- tu és o nadador-salvador, está bem?

o mesmo café na garagem de sempre e depois os castelos de areia molhada e a água fria, eu a admirar-me com a destreza que ganhaste nas raquetas, com o orgulho que construíste para disfarçar o susto no parque de diversões, nós todos a fazer por esquecer a cicatriz na barriga, as consultas mensais, os exames periódicos, os indicadores que às vezes
Nós todos a besuntar-te com creme protector, a ignorar o vento que nos pica e resseca e a saborear este gelado como se fosse o último.