Numa entrevista sobre um novo festival de cinema (Alexandra Lucas Coelho no Público de hoje), passa-se um terço do espaço a falar de outros dois festivais. Ainda bem que o entrevistado é o Paulo Branco.
Tanto o Indie como o Doc têm salas cheias, cobertura de imprensa constante, e têm provado que há um público a ser formado.
Não forma nada, zero.
O facto de 32 mil pessoas se terem distribuído por 300 filmes?
Não forma. É um erro, os festivais não formam um único espectador. O que forma é um trabalho sistemático da exibição comercial, da crítica. Os festivais nunca formaram. São eventos, em que o público vem como se viesse para uma festa, mais nada, em que consome, como se consome nos supermercados...
[...]
O Indie e o Doc têm autocarros, metro, táxis.
Aqui também. Não tem dificuldade em chegar ao Estoril, que eu saiba.
Espero que o público possa usufruir deste acontecimento. Agora não estou aqui em competição de números. E acho dramático que se comece a analisar a qualidade dos festivais pelo número de espectadores e filmes passados. Então vamos para os supermercados. Prefiro ter filmes de enorme qualidade com menos público do que fazer, desculpe lá, os Corrupções mundiais e ter isto cheio.
[...]
O que é correr bem?
Que os filmes estejam cá, que sejam projectados, que haja discussão. Mas se continuamos uma análise fria de números, então matam o cinema, acabou. Voltemos às origens, vamos discutir o essencial. Só espero que neste país ainda haja interesse por isso. Se não houver, o problema já não é meu.
Pois não, Paulo. É nosso.
Não forma nada, zero.
O facto de 32 mil pessoas se terem distribuído por 300 filmes?
Não forma. É um erro, os festivais não formam um único espectador. O que forma é um trabalho sistemático da exibição comercial, da crítica. Os festivais nunca formaram. São eventos, em que o público vem como se viesse para uma festa, mais nada, em que consome, como se consome nos supermercados...
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O Indie e o Doc têm autocarros, metro, táxis.
Aqui também. Não tem dificuldade em chegar ao Estoril, que eu saiba.
Espero que o público possa usufruir deste acontecimento. Agora não estou aqui em competição de números. E acho dramático que se comece a analisar a qualidade dos festivais pelo número de espectadores e filmes passados. Então vamos para os supermercados. Prefiro ter filmes de enorme qualidade com menos público do que fazer, desculpe lá, os Corrupções mundiais e ter isto cheio.
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O que é correr bem?
Que os filmes estejam cá, que sejam projectados, que haja discussão. Mas se continuamos uma análise fria de números, então matam o cinema, acabou. Voltemos às origens, vamos discutir o essencial. Só espero que neste país ainda haja interesse por isso. Se não houver, o problema já não é meu.
Pois não, Paulo. É nosso.
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