Não fora a não reprimida tentação do autor de nos mostrar o quão profunda tinha sido a sua investigação histórica, num registo que demasiadas vezes se aproxima do folclórico, e deste livro eu lembraria apenas o que, com prazer, aprendi sobre o início do século e a forma difícil mas bem conseguida como a personagem principal é construída, evitando os lugares-comuns e tipificados do herói e do anti-herói.
31 de agosto de 2007
limbo
Não fora a não reprimida tentação do autor de nos mostrar o quão profunda tinha sido a sua investigação histórica, num registo que demasiadas vezes se aproxima do folclórico, e deste livro eu lembraria apenas o que, com prazer, aprendi sobre o início do século e a forma difícil mas bem conseguida como a personagem principal é construída, evitando os lugares-comuns e tipificados do herói e do anti-herói.
distinção
Se há uma mensagem metapolítica em meus romances, é sempre uma mensagem, de uma maneira ou de outra, de um compromisso, compromisso doloroso, e da necessidade de escolher a vida em lugar da morte, a imperfeição da vida em lugar das perfeições da morte gloriosa. Este é meu compromisso, um dos meus vários compromissos.
Tanto é assim que sempre tenho duas canetas em minha mesa, duas canetas esferográficas muito simples, muito baratas, as quais tenho que repor a cada duas semanas, mas tenho sempre duas delas, uma preta e outra azul. Apenas para lembrar-me que quando escrevo um ensaio político é uma coisa, e quando escrevo uma história é outra. E não misturo.
Tanto é assim que sempre tenho duas canetas em minha mesa, duas canetas esferográficas muito simples, muito baratas, as quais tenho que repor a cada duas semanas, mas tenho sempre duas delas, uma preta e outra azul. Apenas para lembrar-me que quando escrevo um ensaio político é uma coisa, e quando escrevo uma história é outra. E não misturo.
Amós Oz, "O Antídoto da Imaginação", in Contra o Fanatismo (tradução de Denise Cabral de Oliveira). Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
29 de agosto de 2007
agradecimento
Como se já não bastasse a estante atulhada de livros nunca lidos que me observa com desdém na sala lá de casa, há quem insista em emprestar-me obras desconhecidas, decerto só para me apoucar.
Acho que preciso de um retiro.
Na Casa Verde, de preferência.
Acho que preciso de um retiro.
Na Casa Verde, de preferência.
28 de agosto de 2007
lagos
Mais do que deprimente, a paisagem que avistava da varanda do hotel com nome ridículo e lençóis vincados em que fiquei - blocos de apartamentos mal encaixados uns nos outros, traseiras de vivendas infestadas de anexos, palmeiras atarracadas no passeio da avenida, uma rotunda trabalhada em granito e areão e o tapete de asfalto onde chiavam os carros dos jovens veraneantes - pareceu-me sobretudo conter algo de hipócrita.
Eram três da manhã quando descobri que era o branco das fachadas.
Eram três da manhã quando descobri que era o branco das fachadas.
21 de agosto de 2007
17 de agosto de 2007
athena
Lá li um Roth, como convém.
Um pouco palavroso para o meu gosto, mas inesperadamente oportuno, numa altura em que os comentários anónimos nos blogues superam, em eficácia, mesquinhez, cobardia e falta de carácter, os e-mails enviados de contas-fantasma.
Além disso, no que toca a intrigas de bastidor, a oportunismo carreirista, a falsos moralismos e à mais pura coscuvilhice, a universidade que inexplicavelmente continuo a chamar de minha vai, ainda que um pouco atrasada, no caminho certo.
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