15 de fevereiro de 2010

legalize(-it)


O casal ao meu lado repetia insistentemente: "que filme tão idiota". Atrás de mim, uma rapariga: "tão estúpido".
Eu achei graça. E juro que não toco no LSD desde aquela noite em Vilar de Mouros em que o Elton John e o maestro me convenceram a ir com eles nadar nus no rio e a fazer uma serenata ao padeiro às cinco da manhã entoando o "Frère Jacques".
Ao princípio assustei-me com a ameaça - "isto é mais real do que pode imaginar" -, mas vi a ficha técnica até ao fim e lá estava, já só para três ou quatro resistentes, o selo a certificar que os animais não tinham sofrido. Nem o hamster, nem o cachorro, nem as cabras. Tudo a fingir, como convém. As letras passaram demasiado rápido e não posso garantir, mas de certeza que havia selos iguais para a cena da bomba de gasolina e para a tortura dos prisioneiros e para a descrição das armas "não letais". De certeza que havia.
Saí do cinema divertido com a fábula e, só por curiosidade, fui ao site do filme. Vale a pena ler a entrevista com o autor do livro que o inspirou. E, pelo sim pelo não, encomendar umas doses valentes de LSD.

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