"SVETLOVIDOV - (...) Compreendi, então, que não existe arte sagrada, que não há mais que sonho e ilusão, que não passo dum escravo, um divertimento do ócio dos outros, um palhaço, um saltimbanco! Compreendi então o público! desde esse dia, nunca mais voltei a acreditar nos aplausos, nas flores, nos entusiasmos... Sim, Nikitouchka! Aplaudem-me, compram a minha fotografia por um rublo, mas eu continuo a ser um desconhecido para eles. Sou lama, quase uma meretriz!... Por simples vaidade, procuram conhecer-me, mas nunca se baixarão a dar-me por mulher a sua irmã ou a sua filha! Não acredito neles! Não creio neles!"
Anton Tchékhov, "O Canto do Cisne" [versão portuguesa de Rui Sequeira], in Seis Peças em um acto, 1966.
Anton Tchékhov, "O Canto do Cisne" [versão portuguesa de Rui Sequeira], in Seis Peças em um acto, 1966.
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