26 de fevereiro de 2007

rodapé

Ia vivendo como se percorresse um corredor
não um labirinto
um corredor comprido, iluminado quanto baste mas sem quaisquer indicações para além do rodapé, contínuo, que se alongava à sua frente e à falta de melhor
(não um labirinto, um corredor)
lhe indicava o caminho.
Pudera talvez ter tentado abrir alguma das portas que se lhe ofereciam de um e do outro lado, mas
(não um labirinto, um corredor com um rodapé)
o rodapé parecia-lhe suficientemente seguro de si para que se pusesse com outras derivações.
Seguia em frente, portanto
(não um labirinto, um corredor com um rodapé a guiar-lhe os passos)
e fugindo em crescente aceleração de outras portas que sentia fecharem-se atrás de si e que, de qualquer modo, o impediriam de recuar.

1 comentário:

Anónimo disse...

não pare.