28 de maio de 2007

xx

- E boa viagem.
Eu quase a responder igualmente mas depois só obrigado porque afinal eu é que vou, apanho um avião e vou.
Olho de novo o menú e o meu prato começa a ser servido, o almoço está na mesa, podem vir, fazer o check-in, essa palavra estranha talvez ainda à espera que alguém a aportuguese, xequine ou chequine ou deixá-la ficar como está para que nos possamos entender nesta coisa a que chamam – hipócritas – aldeia global, carreiras regulares de Faro a Banguecoque, de avião do México até à Tailândia, ir para Paris sem ser com o contrabando, sem romances escondidos no palheiro, sem atravessar o minho ou o guadiana a nado a meio da noite, sem atravessar a Espanha à boleia com as ovelhas, ir para Paris neste intervalo de espaço, sair momentaneamente do mundo lá fora e abrigarmo-nos aqui nos metais, nos mármores e nos neons e apanhar a escada rolante

LEVEL TWO

o avião
LEVEL THREE

e novos metais , novos mármores, os mesmos avisos em língua estrangeira mas como se estivéssemos em casa, uma vida de reserva, recarregar baterias

FULL ENERGY

e ainda longe do

GAME OVER.

Podíamos viver sempre assim, nestes momentos de plástico e pladur, sempre como se em viagem.

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