E levantou-se depois o irmão de Amer, que disse:
- Num poema não devemos buscar sentido, pois o poema é ele próprio o seu sentido. Assim o sentido de uma rosa é apenas essa própria rosa. Um poema é um justo acordo de palavras, um equlíbrio de sílabas, um peso denso, o esplendor da linguagem, um tecido compacto e sem falha que apenas fala de si próprio e, como um círculo, define o seu próprio espaço e nele nenhuma coisa mais pode habitar. O poema não significa, o poema cria.
Sophia de Mello Breyner Andresen, "Os Três Reis do Oriente", Contos Exemplares. Porto: Figueirinhas, 2004 (35ª edição).
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