- Um café e um bolo de arroz.
Não pela fome, apenas para tirar o sabor da massa cinzenta com que o dentista me encheu a boca no início da tarde, esse dentista que me veio falar de espaços canibalizados e que ao fazê-lo me deixou assim, a pensar na cárie em que se transformou a minha vida, um buraco que não podemos chumbar
- Vamos desvitalizar
- Como diz?
- desvitalizar o maroto?
E eu tentado a aceitar, porque eu todo uma dor constante, eu todo um sabor a podre que nenhuma sobremesa, nenhuma pasta dentífrica me consegue retirar.
Entretanto o telemóvel com um número estrangeiro que não identifico à primeira e a vontade de o atirar fora, deitá-lo ao lixo como ao dente estragado ou então pô-lo à venda no quiosque lá de baixo, numa caixa de cortiça com um galo de barcelos a dizer recordação de portugal.
- Sim?
Não pela fome, apenas para tirar o sabor da massa cinzenta com que o dentista me encheu a boca no início da tarde, esse dentista que me veio falar de espaços canibalizados e que ao fazê-lo me deixou assim, a pensar na cárie em que se transformou a minha vida, um buraco que não podemos chumbar
- Vamos desvitalizar
- Como diz?
- desvitalizar o maroto?
E eu tentado a aceitar, porque eu todo uma dor constante, eu todo um sabor a podre que nenhuma sobremesa, nenhuma pasta dentífrica me consegue retirar.
Entretanto o telemóvel com um número estrangeiro que não identifico à primeira e a vontade de o atirar fora, deitá-lo ao lixo como ao dente estragado ou então pô-lo à venda no quiosque lá de baixo, numa caixa de cortiça com um galo de barcelos a dizer recordação de portugal.
- Sim?
1 comentário:
Sim, desvitalize-me.
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