29 de julho de 2006

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- Cumprimentos à esposa.

Dizia-me a flor, cínica, e eu a fixar-lhe o aparelho dos dentes, a imaginá-la perversa debaixo daquela bata branca onde quando o calor se percebia que mais nada, só pele, e a lembrar-me das revistas de adolescente, catálogos de filmes estrangeiros, percebi-o mais tarde, com muitas enfermeiras, professoras e colegiais a quem me entregava nas férias de Verão.

- Cumprimentos à esposa.

Dizia-me a flor, cínica, e eu a ver-lhe o dedo nú mas com marca de aliança, a imaginá-la no consultório a proporcionar mais um risquinho ao Salvador, não os mesmos, outros, no verso da página. A imaginar o mari

- Então boa tarde, obrigado.

E saio porta fora a jurar, como das outras vezes – não volto cá. O patamar, a escada, o patamar, a escada, o patamar, mais uns degraus e a rua – a rua! –, e logo o café.

- Era uma bica, se faz favor.

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